O velho maclinux tinha uma fazenda

Fuçando no seu Macintosh. Linux, BSD, Hardware, Gambiarra, Metareciclagem

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Thursday, August 03, 2006

Estou armando um Cyber-café bem esquisito.

Acabei pegando um iMac G3 233 para consertar e instalei o Ubuntu nele, para ver o que acontecia. O mutante funciona até bem. Parece com os AMD K6 II que a gente tem lá na sede. Me empolguei com a experiência e devolvi a máquina com o Xubuntu Dapper instalado. Agora parece que falta rodar o pppoeconf para deixar o danado rodando no Speedy, porque na sede estava rolando o DHCP do Coyote e a rede configurou automaticamente.

Eu sempre achei que essas máquinas fossem caras pra caramba, então nunca imaginei comprar uma. Até que eu fui outro dia no correio aqui perto de casa e descobri que o cara tinha duas máquinas dessas encalhadas na lojinha. “Quanto é” - perguntei. “R$ 250. Mas está sem o HD.” Beleza pura! Não é pouca grana, mas dá para gastar isso com uma experiência. O cara tinha um outro, mais novo, com mais memória e leitor de DVD. Esse saia por R$ 500.

Até agora eu só tinha instalado Ubuntu Linux nas máquinas da sede e na minha casa. Quero dizer com isso que não entendo muito das configurações profundas de Linux. Meto o CD, respondo as perguntas e a coisa toda funciona bem. É claro que já andei brincando com o “vi” e os arquivos de configuração. Também não me assusto tanto com o console, desde que fiz o cursinho com o XSL4V3... Mas basicamente sou um zé-ruela em Linux.

Um camarada de Tocantins, o Erick, me ofereceu uma LPI e eu disse a ele: “Cara, eu não vou trabalhar com isso, a não ser aqui no Recicla Digital. Se eu fizesse esse curso, seria para poder ensinar a mais pessoas. Não preciso da certificação profissionalmente”. E então descolei o curso e uma ida ao fórum de software livre do Tocantins, que deve rolar em novembro.

Fui pra Curitiba, conhecer um cara que tinha arranjado uma revista do Recicla com o Ricardo, um camarada que eu estou orientando lá pelo Movimento Humanista. O tal cara é o Júlio Menezes, que montou um Cyberzinho todo em Linux lá no Pinheiros, na região de Santa Felicidade, um bairro afastado de Curitiba.

A experiência do Júlio é interessante porque ele não usou LTSP, como até então eu tinha ouvido falar. Ele usa o X server direto e a capacidade do X de terminais remotos. O nego é fera no Slack, que para mim ainda é um território para camaradas-muito-loucos. Mas o bacana é que ele consegue rodar esses terminaizinhos com uma instalação bem reduzida do Linux. Basicamente o Kernel, alguns módulos de algumas séries e o X básico.

Segundo ele:

Baixa o Slackware 10.2 que estou elaborando as dicas para fazer os terminais. Basicamente instala as serias:
A,L,N,X. Nao instala nenhum aplicativo, exceto o ssh, que deve estar na serie N.
A=sistema basico = kernel
L=bibliotecas
N=network
X=Xwindows.

Sem nenhuma filtragem de aplicativos, da um 600MB.
Se o HD for pequeno da pra filtrar para caber no HD.

Poe uma interface grafica leve, tipo fluxbox, so para testar o X localmente, mas nao precisa KDE ou GNOME, pois a interface vira do servidor.

A configuração e' simples.
No servidor habilita XDMCP, ou GDM ou KDM,
Nos terminais:
levanta o modulo ipv6.
loga em texto e:
X -query IPdoServidor.
so isso.

Da para deixar automatico se a rede tiver IP-fixo.
Senao, da para usar inclusive a escolha do servidor, CHOOSER, se houver mais de um servidor na rede.

O bicho rodava um video Avi no Xine em todos os terminais ao mesmo tempo e as maquininhas respondiam que era uma beleza! Pentiums de 133Mhz com 32Mb de Ram e mais nada!

Voltei de lá cheio de idéias para implementar no Morro Doce, porque lá as máquinas são da mesma geração das que o Júlio usa lá em Curitiba. Também seria um jeito de eu ir me aventurando no mundo Slack, porque acho que é lá que mora o espírito Linux.

Beleza. Cheguei em Sampa e a grana tinha ido pro vinagre. Tô sem trampo a uma cara e cansado dessa doideira de ser free-lancer, sem querer voltar a ser empregado. Durmo mal pra caramba e numa dessas noites de sono agitado, acordo com a idéia de fazer o cyber que eu estava planejando a um tempo, só que usando os iMacs de R$ 250. Vou no Google e acabo encontrando alguns com o preço indo do R$ 240 a R$ 600. Sem entender direito como funciona o tal Mercado Pago no Mercado Livre, acabo comprando sem querer um lote de máquinas (depois tive um trampo para cancelar tudo e perdi meu cadastro no Mercado Livre, além de ter irritado os vendedores com a cagada).

Percebi que não seria difícil achar as tais máquinas. E que os proprietários muitas vezes estão se desfazendo dos equipamentos porque quando tentam melhora-los esbarram na política fechada da Apple, e na sua própria ignorância. Tem caras vendendo Hds de Mac a um preço animal, sendo que o HD do Mac é igual ao do PC (e tem um lote de Hds da IBM que é uma merda e sempre pifa e que a Apple colocou nos iMacs de 98 e 99). A memória do bicho é a de notebook (não é barata, mas também não precisa ser da Apple).

Fiz as contas todas, conversei com a Clau sobre a minha idéia e ela me disse para a gente dar um pulo em Franca, para conversar com os meus sogros sobre isso. Pelos meus cálculos, eu conseguiria montar o Cyber com uns R$ 15 mil. De equipamento, eu gastaria no máximo R$ 7 mil. Minha sogra me descolou a grana para os testes e eu comecei a comprar as máquinas.

Na confusão com o Mercado Livre, acabei descolando dois Macs num preço bom. E os caras mantiveram a oferta, sem me classificar negativamente. Peguei um deles ontem e o outro ficou para amanhã (parece que está com um probleminha no flyback). Esse de amanhã vem com scanner bom e impressora detonada. Saiu por R$ 300.

Pesquisei na web sobre esse problema no Flyback e descobri que é bastante comum nos iMacs dessa época. Descobri também uma loja na Santa Efigênia que vende a peça a R$ 38,00. Amanhã eu pego a máquina e já compro o Flyback também para realizar a troca.

No mais, comprei um outro a R$ 250, o vendedor de um deles me arranjou um segundo a R$ 330 e sei de um mais novo a R$ 500. Esse vai ser uma estação para o administrador. São cinco máquinas.

Olhei no site do Ubuntu 6.06 LTS para ver como os caras estão lidando com o LTSP e descobri que na implentação deles tem umas pequenas diferenças em relação ao antigo LTSP. E mais: descobri que essas diferenças têm muito a ver com a abordagem adotada pelo Júlio.

Cavoucando um pouco mais, entendi que os Thin-Clients Mac podem estar todos com Hds de 500Mb, porque só preciso instalar o Server do Ubuntu Breezy, que ocupa apenas 300Mb (o Cd de boot do Dapper está dando um pau que acaba caindo no prompt do OpenFirmware). Depois, entro no /etc/apt/sources.list como root e substituo tudo o que tiver breezy por dapper. Descomento as linhas dos repositórios de backports e security e coloco sudo apt-get update e depois sudo apt-get dist-upgrade.

Quando a coisa toda termina (leva um puta tempo), instalo o ltsp-client e o server também. Depois, configuro o server, permitindo que as estações possam escrever arquivos na pasta /opt/ltsp e rodo o ltsp-build-client a partir dos thin-clients (segundo esse tutorialzinho duca https://help.ubuntu.com/community/UbuntuLTSP/LTSPCrossArchSetup). Isso permite que o server tenha configurado tudo para máquinas de outras arquiteturas.

Isso também leva mais um tempinho...

Creio que depois disso, a coisa toda deve funcionar. Mas ainda não terminei as configurações todas.

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